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A China Sob os Olhos, Ouvidos e Boca de Um Brasileiro

Hoje, estou postando a história de um amigo, Kaell Cruz, que morou na China e nos relata sua experiência de como foi viver lá e como se comunicar no país de cultura milenar. 

Hoje, estou postando a história de um amigo, Kaell Cruz, que morou na China e nos relata sua experiência de como foi viver lá e como se comunicar no país de cultura milenar. 

Ni hao! China, ah, a China. País de dimensões continentais, onde as pessoas são muitas e escarram na rua. Restaurantes um pouco sujos, boates e ônibus lotados, comida estranha, mas muito boa. Como tenho nostalgia da China. É uma relação de amor e ódio muito grande quando você se encontra em território chinês por mais do que algumas semanas. Ao mesmo tempo que você se irrita com uma certa burrice dos chineses você se sente em casa por eles se esforçarem muito para te ajudar, fazendo o possível e o impossível.

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Assim que você chega na China, seja em Xangai ou em Pequim, ou em qualquer outra cidade, o choque cultural bate na sua cara com a força de mil soldados de terracota. Tudo é diferente, tudo parece um pouco fora do lugar. Mas o mais estranho é quando você começa a ouvir as pessoas conversarem. A viagem já te prepara um pouco, afinal quando você viaja a aeromoça já está falando em chinês, mas ninguém dá a devida atenção, afinal as instruções em inglês de avião necessitam de um esforço um pouco maior. A viagem te prepara, mas não te mostra a realidade. Assim que você coloca os pés no aeroporto você se sente o mais próximo possível de uma pessoa com deficiência auditiva. Todos conversam, você não entende nada.

"Nem todos falam inglês em Pequim (onde eu morei), mesmo a cidade tendo sido sede de uma olimpíada (e ainda colhe frutos por conta disso), e os que falam inglês possuem um sotaque muito difícil, então, ou você aprende o mínimo de mandarim ou você morre de fome ou sede, ou de uma dor de barriga no meio de woudaokou"

Os letreiros, as portas do banheiro, o cardápio, tudo é um emaranhado de “pauzinhos”. Mas no fim das contas você aprende. Você tem que aprender. Não é capricho ou luxo, é necessidade. Nem todos falam inglês em Pequim (onde eu morei), mesmo a cidade tendo sido sede de uma olimpíada (e ainda colhe frutos por conta disso), e os que falam inglês possuem um sotaque muito difícil, então, ou você aprende o mínimo de mandarim ou você morre de fome ou sede, ou de uma dor de barriga no meio de woudaokou (o bairro estudantil da capital chinesa). Aprender mandarim para ter o mínimo de cortesia ao pedir por favor, com licença, obrigado ou pedir desculpas. O inglês ajuda muito, os chineses sabem que ninguém do resto do mundo tem a obrigação de se adequar a um idioma completamente diferente do deles e por isso a maioria dos lugares possui logo abaixo da escrita chinesa a tradução em inglês, mas segundo relatos, isso só acontece nas grandes metrópoles, caso você vá para o interior você estará perdido.

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Ficar perdido na China não é algo legal. Você olha para os lados e tudo que vê é pauzinhos, pessoas que provavelmente não irão te entender e a única reação que você tem é a de querer chorar, que nem uma criança que se perde da mãe no supermercado. Mas então, você lembra da dica mais primordial: sempre tenha o endereço anotado em mandarim. Afinal quase nenhum taxista fala inglês. Após uma hora e meia de caminhada(porque você se perdeu no meio do nada) você chega à civilização, e com ela os táxis aparecem. Cumprimenta o taxista e entrega o papel. Ele tenta alguma comunicação com você e então o máximo que sai da sua boca é: não entendo. Ele irá sorrir e falar para você entrar no carro. A China é um lugar surpreendente. Da mesma maneira que o taxista me ajudou a garçonete do restaurante em frente ao serviço não entendia um “Hello”, mas fazia um esforço descomunal para entender o meu chinês mal falado ou a minha linguagem de sinais. As grandes áreas comerciais da cidade falam inglês, é muito fácil, mas ficar somente na parte ocidentalizada da China é a mesma coisa que não sair do lugar de onde veio, é necessário uma inserção no cotidiano da cidade.

Correr atrás do ônibus, ser empurrado e empurrar no metrô, andar de madrugada sem medo de ser assaltado, andar no parque e admirar o rio congelando, comer o seu café da manhã andando porque não tem tempo, ir para a vida noturna com nada mais do que R$20,00 (100 Yuans) e ser o rei da noite, beber em um bar universitário, é participar de fato da China, que por ser uma senhora com alguns milênios de idade irá te receber de braços abertos com um chá e um aperitivo. A comunicação é um fator fundamental, como eu disse, é necessidade e até mesmo educação aprender a falar a língua local, como forma de agradecer a todos que fizeram muito esforço e com certeza passaram muita vergonha tentando se comunicar com você por linguagem de sinal . A China. Uma relação de amor e ódio. Ela é aquela amiga chata, que muitas vezes fica pegando no seu pé, mas de vez em quando dá uma saudade, e essa palavra, infelizmente, não existe em mandarim.

Kaell Cruz é formado em Relações Internacionais pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Inglês e chinês mandarim são muito importantes se você tem intenções de visitar, trabalhar ou estudar na China. Que tal fazer um TESTE DE NÍVEL on-line grátis?